CALCULO DENTAL
Conceito: massa calcificada da placa
dental. Um dos mais improtantes fatores na etiologia e patogenicidade da doença
periodontal
Favorece o crescimento da
placa dental, agride a gengiva, impede recobrimento periodontal, libera
substâncias tóxicas e irritantes.
COMPOSIÇÃO: idêntica a placa. Acrescida de
vários sais. Ca3(Po4)6 e CaCO3.
Teorias da calcificação: aumento local de íons
cálcio e fosfato. Bactérias promovem mineralização extra e intracelular.
Decomposição da proteína estabilizadora da supersaturação de Ca2+ e PO4 3-.
Aumento da calcificação:
preciptação de íons cálcio e fosfato- precipitação de sais de cálcio devido a
presença de CO2. Aumento do pH da saliva devido a liberação de NH3 pelos MO da
placa e degradação protéica durante a estagnação da saliva.
PARA FORMAR CALCULO pH
DEVE SER BÁSICO.
Bactérias promovem
mineralização extra e intracelular- bactérias calcificam a matriz da placa e
sofrem autocalcificação. Estreptococos extra. Veillonella e bacilos
difteróides- intra.
Decomposição da proteína
estabilizadora da supersaturação de Ca2+ e PO4 3-
Decomposição das proteínas
estaterina e cistatina pelas proteases microbianas.
Os formadores de calculo
apresentam: níveis de uréia na saliva e placa mais elevados que os não
formadores. Níveis altos de pirofosfato na saliva (inibidor de calcificação).
Níveis de esterase, pirofosfatase e fosfatase ácida.
-DENTE
O dente é constituído de
quatro tecidos diferentes : esmalte, dentina, cemento e polpa.
Esmalte, dentina e cemento
são tecidos com graus de mineralização distintos.
Esmalte:
Camada protetora do dente, que é formada antes da erupção do dente
por células epiteliais especiais denominadas ameloblastos. É o tecido de maior
dureza do corpo humano.
Dentina:
fornece suporte ao dente. Tem coloração amarelada, com menor
dureza que o esmalte e constituição semelhante ao dos ossos.
Polpa:
tecido que fica no centro do dente. É constituído por tecido
conjuntivo com abundante suprimento de fibras nervosas, vaso sanguíneo e
linfático
Cemento:
cobre a superfície da raiz dental. É a estrutura responsável pela
união entre o dente e o osso através dos ligamentos periodontais.
Osso alveolar é o tecido
ósseo que circunda o dente. É nele que estão inseridas as fibras do ligamento
periodontal que é a estrutura que amortece os traumas da mastigação e liga o
dente ao osso.
CEMENTO
É um tecido mineralizado
acelular produzido pelos cementoblastos. Tem estrutura muito parecida com o
osso, embora mais compacto e menos permeável. É mais permeável que o esmalte e
dentina e sua densidade é da ordem de 2,0. Não possui vasos e nervos. É
constituído de 55% de substâncias minerais, 28% de substâncias orgânicas
(contendo colágeno e glicosaminoglicanos livres e associados às proteínas
formando as mucoproteínas principalmente sulfatadas, ricas em condroitina 4 e
6-sulfato) e 17% de água. 2
DENTINA
É formada pelos
odontoblastos que estão localizados em toda periferia da cavidade pulpar, e
produzem dentina na direção centripeta durante toda vida até o fechamento total
da câmara pulpar. Assim, é depositada e nutrida pela camada de odontoblastos,
que reveste sua superfície interna ao longo da parede da cavidade da polpa. É
menos mineralizada que o esmalte e mais mineralizada que o cemento, apresenta
densidade da ordem de 2,14.
A dentina consiste de
fibras de colágeno (colágeno é uma escleroproteína rica em glicina,
hidroxiprolina, lisina e hidroxilisina) nas quais cristais inorgânicos
hidroxiapatita (HA) são depositados na forma de cristais (prismas) pequenos e
menos orientados do que no esmalte. Cerca de 22% do peso da dentina é
constituído de material orgânico e o restante de mineral inorgânico. A fase
orgânica encontra-se bastante dispersa e cerca de 85 a 90% desse material é
colágeno. Os glicosaminoglicanos que normalmente estão ligados à proteína na
forma de proteoglicanas representam cerca de 2,5% do material orgânico e 0,5%
da matriz da dentina. Desses glicosaminoglicanos, a condroitina 4-sulfato é o
componente predominante representando 70% dos glicosaminoglicanos, seguido da
condroitina 6- sulfato que representa 10-15%, ácido hialurônico 3-6%,
queratan-sulfato 1% e dermatan-sulfato 2-3%.
Um constituinte incomum
presente na dentina, e não no osso e outros tecidos conjuntivos, é uma
fosfoproteína que é polianiônica sendo 36% de seus aminoácidos constituídos de
ácido aspártico e mais de 40% de fosfoserina e responde por 3% do peso orgânico
da dentina. É extraída da dentina por solventes somente após a extração da
porção mineral, o que indica que essa proteína está presa na matriz
mineralizada. Assim, como os glicosaminoglicanos, possui grande capacidade de
ligar a íons Ca+2 devido o grande número de grupos fosfatos carregados
negativamente e portanto desempenha papel importante na mineralização do
tecido.
Os sais de cálcio
presentes na dentina a torna extremamente resistente às forças de compressão,
enquanto as fibras colágenas a torna rígida e resistente às forças de tensão
durante a mastigação. Porquanto, a maior taxa de substâncias orgânicas na
dentina, explica a sua elevada plasticidade e elasticidade que amortece os
esforços mastigatórios e permitindo a adaptação perfeita das restaurações.
É importante lembrar que a
matriz orgânica dos tecidos mineralizados constitui a base para a
mineralização. Portanto, anomalias na formação dessa matriz implicará em 3
estrutura
deficiente em mineralização com o aparecimento de regiões hipocalcificadas ou
mesmo não calcificadas.
ESMALTE
O esmalte é uma estrutura
densamente mineralizada, é a estrutura mais mineralizada do corpo humano com
densidade 3,0. Consiste de 3 fases: a fase mineral que compreende 96% do peso
do esmalte, a fase orgânica que desempenha papel importante na sua calcificação
original e a fase aquosa.
A fase orgânica (2% do
peso do esmalte) contem proteínas altamente insolúveis e resistentes,
semelhantes à queratina constituída principalmente de enamelina e amelogenina
(proteínas fibrosas ricas em aminoácidos cisteína e hidroxiprolina).
A fase aquosa que
corresponde a cerca de 2% do peso do esmalte está associada à fase orgânica
(associada à proteína), na fase mineral na forma de água livre que permite o
transporte de íons através do esmalte e ligada ao cristal de HA formando a
camada de hidratação.
A fase mineral consiste
quase exclusivamente de cristais de HA -Ca10(PO4)10(OH)2 - que forma um
retículo cristalino com alto nível de organização. A composição mineral do
esmalte é muito complexa já que muitos componentes foram detectados em
quantidades ínfimas (em especial cátions). Pelo menos 41 elementos da tabela
periódica já foram detectados em esmalte sadios, 35 deles presentes em
quantidades mensuráveis. Pequenos íons podem ser inseridos no retículo
cristalino da HA por substituíções heteroiônicas, ou seja, o grupo hidroxila
(OH-) pode ser substituído por flúor (F-) ou carbonato (CO3-2) formando
respectivamente flúorapatita (FA) e apatita carbonatada. Da mesma forma o íon
Ca+2 pode ser substituído por Mg+2 formando HA deficiente em cálcio. Muitos
desses elementos, íons e sais presentes no esmalte são incorporados durante o
período pré-eruptivo através do metabolismo celular dos ameloblastos ou através
da nutrição do indivíduo durante o período pós-eruptivo através da adsorção de
elementos da saliva, alimentos e suprimento de água. Dessa forma a composição
química do esmalte varia de indivíduo para indivíduo, de dente para dente e em
áreas do mesmo dente, já que a composição do esmalte maduro depende da
concentração de íons presentes em várias etapas do desenvolvimento do dente. A
concentração dos componentes varia conforme a distância da superfície dentária.
Exemplo: a concentração de flúor é maior na superfície do dente e diminui da
superfície para o limite amelo-dentinário. Por outro lado,o Mg+2que participa
do metabolismo celular e CO3-2 e cristais de 4
fosfato
octacálcico - C8H2(PO4)6 - geralmente estão presentes em todo esmalte mas em
maior concentração nas porções mais profundas.
As pesquisas têm revelado
que os íons fluoretos oferecem eficiência preventiva e terâpeutica prática na
redução da cárie em seres humanos. Este íon pode ser depositado na estrutura,
durante o desenvolvimento do dente ou durante a remineralização na fase
pós-eruptiva.
A HA do esmalte é impura
já que a relação molar Ca/P no dente normalmente está ao redor de 1,58, sendo
bem menor que a relação molar da HA pura cujo valor é 1,67. Isso significa que
na composição geral dos dentes temos HA deficiente em cálcio. Estudos têm
demonstrado que essa relação é mais baixa nos dentes cariados que nos hígidos.
O esmalte do dente contem
quantidades apreciáveis de CO3-2 (carbonato) (produto do metabolismo dos
ameloblastos) e por isso é chamada de HA carbonatada. Parte desse carbonato
está incorporado nos cristais de HA. A substituíção dos íons OH- por CO32-
altera a construção geométrica da molécula e rompe algumas interações
responsáveis pela estabilização da estrutura do esmalte. A substituíção da
hidroxila por carbonato formando apatita carbonatada apresenta algumas
desvantagens:
a apatita carbonatada é mais solúvel em meio ácido
que a hidroxiapatita, podendo ocorrer o início de cárie pela desmineralização
do esmalte.
a concentração de CO3-2
é maior onde ocorre acúmulo de placa dental.
A tabela 1 mostra a
composição dos tecidos do dente e do osso. Observe que o cemento é o tecido
mais parecido com o osso.
Componentes
|
Esmalte
|
Dentina
|
Cemento
|
Polpa
|
Osso
|
Minerais
|
96%
|
65%
|
55
|
1
|
45
|
Substâncias Orgânicas
|
2%
|
22%
|
28
|
9
|
35
|
Água
|
2%
|
13%
|
17
|
90
|
20
|
Minerais: Cálcio e fósforo - constituem os cristais de HA.
Magnésio - ausência atrofia os odontoblastos
.
Fluoreto - forma a FA (mais insolúvel que a
HA).
Proteínas-
Dietas hipoproteicas podem determinar falhas na formação das matrizes orgânicas
do esmalte e da dentina, consequentemente defeitos nesses tecidos, que
prejudicarão a mineralização desses.
Vitamina
A - atua nos ameloblastos e odontoblastos - Deficiência
determina má formação da dentina e atrofia do esmalte.
Vitamina
D - atua sobre a dentina, não afetando o esmalte -
Deficiência da vitamina causa o raquitismo dental.
Vitamina
C - Na avitaminose C, os odontoblastos são substituídos
por fibroblastos, a dentinogênese cessa, e a formação da matriz colágena torna
se escassa e deficiente em mucopolissacarídeos, causando defeitos na dentina e
que reflete na amelogênese (formação de esmalte), pois essa etapa de formação
do dente depende da odontogênese.
Hormônio
somatotrófico - sua deficiência retarda ou impede a erupção dos
dentes, o esmalte atrofia e degenera e a dentina é produzida em quantidade
excessiva.
Hormônios
tereoideanos - No hipotireoidismo a erupção dos dentes decíduos e
permanentes é retardada, pois o metabolismo fisiológico está deficiente e
baixo. No hipertireoidismo, os dentes erupcionam precocemente (bem formados e
pouco sujeitos à cárie), nesse caso o metabolismo fisiológico está acelerado.
Paratormônio - deficiência causa
hipocalcificação dos dentes e o excesso determina na dentina o efeito cálcio
traumático (regiões da dentina calcificadas alternando-se com regiões não
calcificadas).
MUITO IMPORTANTE E BRILHANTE.DE ELUCIDAÇÃO CLARA JUNTANDO A BIOQUÍMICA E A PATOLOGIA E TRATAMENTO.PARABÉNS!!!
ResponderExcluirBoa tarde! Só uma breve correção. O cemento não faz parte do dente, pois ele não é formado a partir do germe dentário. Ele se deposita na parede dentinária radicular por aposição e vai se mineralizando e aderindo à mesma. Cemento é uma estrutura do periodonto, não do dente. Sobre o pirofosfato, quanto maior seu nível, menor será a formação de tártaro, uma vez que ele é agente inibidor da calcificação.
ResponderExcluirDra.Jennifer Holanda